domingo, 9 de maio de 2010

Etnias

Castelinho, antiga casa de colonizadores em Erechim, norte do estado.
Os principais imigrantes em número foram os portugueses e açorianos, seguidos dos alemães e italianos, que vieram somar-se aos ameríndios e escravos africanos. Também podem-se citar entre os grupos de imigrantes minoritários: espanhóis, poloneses, russos, judeus, árabes, japoneses, argentinos, uruguaios, entre outros.
Atualmente, a população autodeclara-se da seguinte maneira quanto à raça:
Cor/Raça Porcentagem
Brancos 82,3%
Negros 5,9%
Pardos 11,4%
Amarelos ou indígenas 0,4%
Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).

Milicianos, portugueses e espanhóis

Típico gaúcho em seu cavalo. Desfile da Semana Farroupilha de 2006.
Anteriormente, no século XVIII, o Rio Grande do Sul era uma região disputada entre portugueses e espanhóis. A ocupação iniciou-se de fato com os milicianos, que eram tropeiros de São Paulo e Minas Gerais, sendo reforçada com a vinda de casais açorianos na década de 1750. Essa imigração açoriana foi promovida pela Coroa Portuguesa, para estabelecer o domínio português na região.
Os espanhóis introduziram a criação de gado, que rapidamente se tornou a economia predominante no Rio Grande do Sul. A população se concentrava nos pampas, tendo havido uma fusão de costumes espanhóis, portugueses e indígenas, que deram origem ao tipo regional gaúcho. Embora o gaúcho fosse mais português que espanhol, a influência cultural vinda dos países vizinhos tornaram os gaúchos dos pampas bastante hispanizados, a ponto de falarem um dialeto que misturava elementos espanhóis e portugueses.

Povos ameríndios

No estado existiu a presença de três grandes grupos indígenas: guaranis, pampeanos e gês.
Antes e mesmo depois da chegada dos europeus, esses grupos indígenas empreenderam movimentos migratórios característicos de seu modo de vida seminômade.
Os guaranis ocupavam as margens da Lagoa dos Patos, o litoral norte do Rio Grande do Sul, as bacias dos rios Jacuí e Ibicuí, incluindo a região dos Sete Povos das Missões. Apesar da variedade de dialetos, o tupi-guarani era o tronco lingüístico comum a esses grupos indígenas. Os pampeanos constituíram um conjunto de tribos que ocupavam o sul e o sudoeste do estado. Os gês possivelmente eram os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai. É provável que essas tribos começaram a se instalar na região por volta do século II a.C. Os gês do atual Rio Grande do Sul foram dizimados pelos bandeirantes, guaranis missioneiros, colonizadores portugueses e ítalo-germânicos.
Ainda hoje existem pequenos grupos que vivem nas reservas de Nonoai, Iraí e Tenente Portela, e que lutam para manter suas identidades. São eles os mbyás-guaranis e os caingangues.

Escravos africanos

Africanos e afrodescendentes escravizados foram levados para os territórios do atual Rio Grande do Sul desde os momentos iniciais da ocupação luso-brasileira do litoral, no início do século XVIII. Esse processo se acelerou com a produção de trigo e, a seguir, de charque, a partir de 1780. A produção pastoril e a urbana apoiaram-se também fortemente no trabalho do negro escravizado. Inicialmente, os africanos escravizados no Rio Grande do Sul foram trazidos, em grande número, da costa da atual Angola, em geral desde o porto do Rio de Janeiro. O Rio Grande permaneceu sempre como capitania e província com forte população escravizada, tendo conhecido forte exportação de cativos nascidos no Sul para São Paulo, na segunda metade do século XIX. Fato singular no processo demográfico do Brasil, a população escravizada rio-grandense continuou-se expandindo, mesmo após o fim do tráfico transatlântico de trabalhadores escravizados, em 1850. Foi também muito forte a resistência dos trabalhadores escravizados no Rio Grande do Sul, através de fugas sistemáticas, com destaque para o período da Guerra dos Farrapos, formação de pequenos quilombos, resistência ao trabalho, organização de insurreições.

Imigrantes alemães

Arquitetura alemã em Nova Petrópolis.
A população do Rio Grande do Sul não passava de 100 mil pessoas no ano da Independência do Brasil, composta por estancieiros e seus escravos, sendo a grande maioria concentrada na região dos pampas ou na região de Porto Alegre. Preocupado com a escassez de habitantes e a cobiça dos países vizinhos sobre o Sul do Brasil, o Imperador Dom Pedro I resolveu atrair imigrantes para a região. Casado com a princesa austríaca Dona Leopoldina, o imperador optou pelos imigrantes alemães, conhecidos por serem trabalhadores e guerreiros. O major Antonio Schaffer foi mandado para a Alemanha e ficou responsável por encontrar pessoas que estivessem dispostar a imigrar para o Brasil. Nos arredores de Hamburgo, o major agrupou 9 famílias, ao todo 39 pessoas que, após vários dias de viagem, chegaram ao Rio de Janeiro e mais tarde foram encaminhadas para o Rio Grande do Sul.
Mapa mostrando a dispersão das colônias alemãs no Sul do Brasil em 1905.
Os primeiros alemães chegaram ao que seria atualmente o município de São Leopoldo, a 25 de julho de 1824. Foram-lhes prometidos 50 hectares de terra para cada família, além de porcos, cavalos e sementes para que pudessem se desenvolver. Apenas as terras foram dadas, sendo os alemães prontamente abandonados à própria sorte nos primeiros anos. A região era coberta por florestas e os imigrantes tinham que construir suas próprias casas e desenvolver a terra para sua sobrevivência. Nos primeiros seis anos, entraram no Rio Grande do Sul 5.350 alemães. Apesar de abandonados pelo governo brasileiro, os colonos se expandiram por toda a região do Vale do Rio dos Sinos, mantendo-se distantes dos estancieiros gaúchos que estavam à procura de mão-de-obra barata para criar o gado.
Nos primeiros cinquenta anos de colonização, foram introduzidos mais de 30 mil alemães no Rio Grande do Sul. Eles se agruparam em diversas colônias rurais, dependendo da região de origem. Porém, com o passar do tempo, houve a mistura de alemães das mais diversas partes da Alemanha. As colônias nasceram principalmente na beira de rios, e ali nascia um novo Rio Grande do Sul, totalmente diferente do mundo gaúcho. Os colonos alemães criaram em terras brasileiras o ambiente que deixaram na Alemanha, mantendo a língua alemã e as tradições germânicas. Mas, com o decorrer da colonização, inevitavelmente os colonos alemães passaram a ter contato com a população gaúcha, ocorrendo o fenômeno do abrasileiramento desses imigrantes.
Na região do Vale dos Sinos, os alemães deram os primeiros passos da indústria brasileira. Ali foram criadas fábricas de sapatos, têxtil e de algodão, principalmente para o mercado regional.

Imigrantes italianos

Casa de pedra e madeira do fim do século XIX, um exemplar típico da arquitetura italiana da zona rural de Caxias do Sul.
Em 1870, o governo do Rio Grande do Sul criou colônias na região das Serras gaúchas e esperava-se atrair 40 mil imigrantes alemães para que ocupassem a região. Porém, as notícias de que os alemães estavam enfrentando problemas no Brasil fizeram com que cada vez menos imigrantes viessem da Alemanha. Isso obrigou o governo a procurar por uma nova fonte de imigrantes: os italianos. Em 1875, chegou o primeiro grupo, oriundo da Lombardia, que se estabeleceu em Nova Milano. Mais grupos, vindos principalmente da região do Vêneto, mas também do Trentino e do Friuli, se instalaram na região onde atualmente estão as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves, Farroupilha e Caxias do Sul. Depois alguns grupos se deslocaram para as regiões de Encantado, Guaporé, Veranópolis, Serafina Corrêa e Casca e, posteriormente, para a região de Santa Maria, Vale Vêneto, Nova Treviso e Silveira Martins. Ali eles passaram a viver da plantação de milho, trigo e outros produtos agrícolas, porém, a introdução do cultivo de vinho na região tornou a vinicultura a principal economia dos colonos italianos. De 1875 a 1914, cerca de 100 mil italianos foram introduzidos no Rio Grande do Sul. A colonização italiana foi efetuada no alto das serras, pois as terras baixas já estavam ocupadas pelos alemães. Assim, nas regiões altas do Rio Grande do Sul, a cultura de origem italiana predomina.

Comunidade judaica

Erechim, cidade com a maior comunidade israelita do estado.
A comunidade judaica do Rio Grande do Sul é a terceira maior do Brasil, depois das de São Paulo e Rio de Janeiro. A comunidade judaica gaúcha forma uma minoria inserida e integrada na sociedade rio-grandense. Este grupo social está concentrado, em sua grande maioria, em Porto Alegre, e é composto de um grande número de profissionais liberais, empresários e diversos membros que se destacam nas áreas culturais, artística e acadêmica. Existem comunidades organizadas no interior do Estado, as maiores se encontram nas cidades de Santa Maria, Passo Fundo, Erechim e Pelotas.

Línguas minoritárias

Além do português, no Rio Grande do Sul também são faladas outras línguas como o caingangue ou o mbyá-guaraní, de povos autóctones.
Considerável parte do povo gaúcho, em geral os descendentes de imigrantes alemães e italianos, dentre outros, também falam os seguintes idiomas:


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Subscribe Now: google

Add to Google Reader or Homepage

Subscribe Now: poweredby

Powered by FeedBurner

VENTO SUL PRODUÇÕES ARTÍSTICAS

VENTO SUL PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
Contatos pelo fone: (53) 9934-6243 = Barão de Cotegipe nº 748 centro - CEP: 96200-290
Estamos produzindo este programa Tradicionalista, com todo o carinho que o Rio Grande do Sul merece, e o alcance atualmente é de 18 municípios pela tv aberta, irá ao ar também pela VIA CABO E NET.
relojes web gratis
Get the Flash Player to see this player.
Adicionar aos Favoritos

Arquivo do blog

SEJA BEM VINDO AO BLOG DO PROGRAMA VENTO SUL.

Muito obrigado por visitar o blog do Programa Tradicionalista Vento Sul, fique à vontade, é um prazer imenso tê-lo conosco, volte sempre.

Um grande abraço.

Clovis Fonseca

Produtor e Diretor.

Rio Grande/RS.

PROGRAMA VENTO SUL

PROGRAMA VENTO SUL
A tradição do Rio Grande do Sul

O que você gostaria de ver no programa?

Semana Farroupilha

Postagens populares